Capitulo 8

[coloque pra carregar Blink 182 - I miss you]
Os dias se passaram e eu e Arthur nem olhávamos na cara um do outro, fingíamos que o outro não existia... Bom, eu pelo menos tentava e ele conseguia me ignorar por completo. Todo dia ele saía à noite e eu ia pro meu quarto chorar. E então chegou o dia que nós não podíamos nos ignorar, o casamento de Sophia, Micael, Amanda e Rodrigo. Nós éramos os padrinhos, não tinha como, mas eu tinha certeza que ele iria me ignorar até o último segundo que pudesse e aquilo acabava comigo. Eu já estava quase pronta para ir, só faltava colocar o vestido, tinha acabado de chegar do salão e quando passei pelo quarto de Arthur, o vi apanhando pra gravata. Então coloquei o vestido, calcei o sapato e já estava arrumando minha bolsa quando ouvi alguém bater na minha porta.
- Entra - Falei, continuando a arrumar. - Oi Luinha - Falou um Chay muito bem vestido.
- Oi meu amor - Falei sorrindo.
- Você tá linda - Ele disse, sorrindo também.
- Obrigada, você também tá - Falei sinceramente.
- Obrigado - Agradeceu - Então, o Arthur falou que é pra você ir com ele e que ele já tá te esperando lá embaixo - Chay me deu a notícia meio sem jeito.
- Hm, pode agradecê-lo, mas eu irei no meu carro mesmo. - Falei, séria.
- Luinha, por favor... Hoje não tá? Vai com ele. - Falou Chay me dando uma piscadela.
- Chay... - Falei como se pedisse, por favor, para não ir com ele.
- Luinha, olhe pelo lado bom, se você for com ele, poderá beber na festa. E como não tem mais ninguém morando aqui, só vocês dois, só mesmo com ele que dá pra você voltar - Falou ele rindo de leve e me fazendo rir também. Chay e Mel já tinham sua casa, Sophia e Micael, assim comoAmanda e Rodrigo, iriam voltar da lua de mel já pras suas casas novas, assim sobrando só eu e Arthur naquela casa.
- Isso se ele não beber mais que eu - Falei ainda rindo de leve.
- Então, você tem que cuidar dele - Falou Chay, rindo junto comigo - Anda logo, se não, nos atrasaremos. Você vai com o Aguiar né? - Falou ele sorrindo maroto.
- Ai Chay, vou, vou. - Falei convencida, vendo Chay me mandar um beijo no ar e sussurrar mais um 'anda logo', fechando a porta atrás de si. Terminei de arrumar minha bolsa e me olhei no espelho, as marcas de cansaço e choro tinham desaparecido por conta da maquiagem. Eu até estava com uma aparência boa, estava com o cabelo preso em um coque onde alguns fios saíam formando cachos e minha franja estava solta e pro lado. Tentei um sorriso, mas eu estava nervosa demais para parecer verdadeiro. Peguei minha bolsa e fui em direção a rua, quando saí pela porta da frente de casa, vi o carro de Arthur estacionado e então a porta da frente do carro se abriu e eu entrei, minhas mãos estavam muito geladas, mas eu ainda tentava disfarçar.
- Oi - Eu o ouvi falar seco.
- Oi - Respondi no mesmo tom de voz, ouvi uma música qualquer tocando na rádio, Arthur arrancou e eu fiquei olhando pra fora. Não falamos mais nenhuma palavra se quer, e assim foi o caminho todo. Chegamos à igreja e então eu desci do carro indo logo pra igreja, parei na porta, onde encontrei Chay e Mel. Mel usava um vestido tomara que caia marrom e estava linda. Eu já tinha visto Chay, mas só fui ver direito seu terno ali. Não pude deixar de notar que eles estavam combinando e ri mentalmente.
- Resolveram combinar? - Falei rindo e vendo eles se olharem.
- Coisa da sua amiga aqui - Falou Chay rolando os olhos.
- Vai falar que não estamos bonitos? - Falou Melzinha, toda convencida.
- Estão sim, casal lindo - Falei rindo.
- Você também tá linda hein? - Falou Melzinha me olhando - E também tá combinando com o seu par - Falou Mel olhando pra trás, me fazendo olhar também, então vi Arthur e pela primeira vez naquela noite reparei o quão lindo ele estava com aquele terno. Vi ele chegando perto da gente e parando ao meu lado, parei de encará-lo e vi uma mulher chegar perto de nós.
- Vocês que são os padrinhos né? - Ela falou olhando pra nós quatro.
- Sim - Mel falou bem empolgada.
- Então, é pra vocês se posicionarem ali na porta da igreja porque já irão entrar - Ela falou indicando o caminho. Fomos e Mel e Chay ficaram na nossa frente e já estavam de mãos dadas. Olhei mais pra frente e vi Rodrigo e Micael prontos para entrarem na igreja, os dois estavam muito lindos,Micael com um terno preto com prata e Rodrigo com um terno todo preto e gravata prata. Dava para ver no rosto deles o nervosismo, ri mentalmente com aquela situação. Acenei pros dois e sussurrei um 'calma' para eles lerem meus lábios. Os dois tentaram sorrir, mas só conseguiram um sorriso amarelo me passando mais ainda o nervosismo deles. Ri com isso e então vi a mesma mulher que tinha nos mandado ir pra porta da igreja chegar perto da gente.
- Gente, vocês podem dar as mãos por favor? - Ela falou, olhando pra mim e para Arthur. Naquela hora minhas mãos gelaram, fiquei paralisada e não fiz nada. Então senti Arthur pegar a minha mão e entrelaçar nossos dedos. Sua mão estava quente e suada, na hora em que ele pegou a minha mão, meu coração disparou sem a minha permissão e eu me xinguei mentalmente por aquilo. Ouvi uma música tocar e imaginei que os meninos estariam entrando. Eu tentava fazer meu coração parar de bater acelerado, mas não estava dando muito certo. Pouco tempo depois entramos, algum tempo depois Amanda e Sophia chegaram à igreja. Sophia entrou primeiro e não é porque ela é minha amiga não, mas ela estava realmente muito linda com aquele vestido, logo depois veio Amanda, que também estava perfeita em seu vestido, o casamento foi lindo e eu não pude conter minhas lágrimas, o caminho para a festa foi igual ao caminho para o casamento, estava bebendo sem me preocupar, porque eu não iria dirigir, estava nervosa, era um dia de festa e eu não devia explicações para ninguém. Eu não estava completamente bêbada, eu sabia de todas as atitudes que eu tomava e ainda não tinha falado demais. Isso era um bom sinal. Encontrei umas pessoas que eu não via há muito tempo e dancei muito comMelzinha na pista de dança, quando estávamos voltando para a mesa, vi Arthur com a mesma mulher que estava arrumando os padrinhos na porta da igreja, ela estava anotando alguma coisa em um papel e logo depois entregou para ele, ele colocou a mão na sua cintura e ela colocou a mão no peito dele, aquilo só fez que eu sentisse muita raiva dele e dela, então resolvi estragar o momento dos dois.
- Mel, vou embora. Tchau. Tchau Chay - Falei para meus amigos e peguei minha bolsa, fui o mais rápido o que eu podia, mesmo estando de salto, e cheguei perto dos dois quase se beijando já.
- Arthur, eu quero ir embora. - Falei séria e rígida.
- Ah Luinha, depois tá? - Tremi em ouvir meu apelido, mas fingi que estava bem e continuei séria.
- Depois não, quero ir agora. - Falava como uma criança birrenta, mas nem ligava, ele não ia estragar minha noite assim.
- Tá bem, vá despedir de todos que eu já vou - Ele falou voltando a olhar para a mulher.
- Já despedi, vamos. - Falei, ainda séria e rígida. Vi ele bufar e rolar os olhos, minha vontade era de tacar aquela mulher pela janela e socar a cara de Arthur. Vi ele murmurar um tchau perto do ouvido dela e dar um beijo na bochecha dela.
- Vamos - Ele falou e tentou pegar minha mão, desviei da mão dele e indiquei o caminho com a cabeça, dando a entender que era pra ele ir na frente. Ele foi, deixando a mulher, que na minha visão era uma vadia, com cara de nada. Fui andando atrás dele até entrarmos no carro.
- Pode me dizer que ceninha foi aquela? - Ele falou olhando pra mim.
- Não teve ceninha nenhuma, eu apenas quis ir embora, posso? - Falei firme, olhando para ele também. Ele bufou e ligou o carro, olhei para a janela e assim continuei. Ele ligou o rádio e tocava uma música qualquer, eu nem prestava atenção. Até que começou a tocar uma música conhecida e então vi Arthur aumentar o volume de relance.
(n/a: podem dar play na música)
Hello there, angel from my nightmare
Olá querida, anjo do meu pesadelo
The shadow in the background of the morgue
A sombra no fundo do necrotério
The unsuspecting victim of darkness in the valley
A vítima insuspeita da escuridão no vale
We can live like Jack and Sally if we want
Podemos viver como Jack e Sally se nós quisermos
Where you can always find me
Onde você sempre me encontrará
And we'll have halloween on Christmas
E teremos o Halloween no Natal
And in the night we'll wish this never ends
E de noite desejaremos que isso nunca acabe
We'll wish this never ends
Desejaremos que isso nunca acabe
Ouvi a música e me identifiquei muito, mas fingi que nada tinha acontecido e continuei olhando pra fora do carro, quando ouvi Arthur pigarrear e cantar junto com a música.
I miss you, miss you
Sinto a sua falta, sinto a sua falta
I miss you, miss you
Sinto a sua falta, sinto a sua falta
Eu e Arthur cantamos essa parte juntos, baixinho, mas ainda sim dava para escutar claramente. Eu não sabia se ele cantava só por cantar, mas eu com certeza cantava para ele. Senti o olhar dele sob mim mas não virei para encará-lo, eu era covarde demais para isso.
Where are you and I'm so sorry
Onde você está? E eu sinto muito
I cannot sleep I cannot dream tonight
Eu não consigo dormir, eu não consigo sonhar essa noite
I need somebody and always
Eu preciso de alguém e sempre
This sick strange darkness
Essa doente estranha escuridão
Comes creeping on so haunting every time
Vem se arrastando me perseguindo toda hora
And as I started I counted
E quando eu comecei eu contei
The webs from all the spiders
As teias de todas as aranhas
Catching things and eating their insides
Pegando coisas e comendo suas entranhas
Like indecision to call you
Como a indecisão em ligar para você
And hear your voice of treason
E ouvir sua voz de traição
Will you come home and stop this pain tonight?
Você voltará para casa e parará esta dor à noite?
Stop this pain tonight?
Parará esta dor à noite?
Eu prestava muita atenção na letra da música e aquilo estava realmente me fazendo mal, então senti meus olhos enxerem de água. Eu sentia tanta falta de Arthur, de todos os momentos com ele, de conversar com ele, das brincadeiras idiotas dele, das risadas, dos apelidos que ele me dava, de tudo que vinha dele. Segurei-me para não desabar ali mesmo e bem na sua frente.
Don't waste your time on me you're already the voice inside my head (I miss you, miss you)
Não perca seu tempo comigo, você já é a voz dentro da minha cabeça (eu sinto sua falta, eu sinto sua falta)
Aquilo foi o que bastou para eu desabar ali mesmo, eu chorava como eu choro todas as noites no meu quarto, mas eu tentava disfarçar e olhava para o lado de fora, ouvi um suspiro de Arthur e não olhei, continuei na minha tentativa, falhada, de parar de chorar quando reconheci a porta de casa, esperei Arthur estacionar e sai correndo em direção ao meu quarto, aquilo tudo estava me matando aos poucos e cada vez mais. Cheguei ao meu quarto e fechei a porta, deitei em minha cama e não me dei o trabalho nem de tirar os sapatos. Fiquei ali deitada e deixando as lagrimas caírem então escutei minha porta se abrir e levei um susto, limpei o rosto correndo, mas não devia ter adiantado de nada, porque minha maquiagem devia estar toda borrada, eu estava nervosa, porque a única pessoa que estava naquela casa era ele. Então ouvi passos e o vi sentar na beirada da minha cama um pouco sem jeito.
- Hey - Ele falou.
- Oi - Respondi baixo.
- Não quero mais ficar desse jeito com você, acho que já passou da hora da gente conversar - Ele falou e eu não falei nada - Eu só quero saber se tudo o que eu ouvi aquele dia que você falou para a Mel é verdade. - Ele falou olhando para mim. Já eu, não conseguia encará-lo, mas já tinha parado de chorar. Aquela pergunta me fez ficar sem resposta, eu tinha travado de novo. - Me fala Lua, eu não vou te matar por isso, eu preciso saber - Ele disse, agora colocando a mão dele na minha. Não me mexi.
- É - Foi a única coisa que consegui pronunciar.
- Hm, e aquilo tudo começou desde quando? - Ele falou, me encarando ainda.
- Eu não sei - Falei, as lagrimas começavam a se formar de novo dentro dos meus olhos, involuntariamente.
- E porque você nunca me contou? - Ele falou, em um tom baixo, que estava me acalmando. Mesmo assim, as lagrimas teimosas desciam sem permissão.
- Porque eu não queria te perder, como aconteceu - Falei, já chorando muito.
- Você não me perdeu. - Disse ele, parando de me encarar.
- Então porque você ficou esse tempo todo sem nem olhar pra minha cara? - Eu o encarava agora.
- Eu precisava pensar - Disse ele, em um tom derrotado.
- Pensar em que? - Falei baixo.
- Pensar... Tentar entender. - Ele falou, ainda olhando pro nada.
- E entendeu? - Falei.
- Não - Ele disse baixo.
- Sabe por quê? - Eu falei, nessa hora eu não chorava mais.
- Não - Ele disse.
- Porque não há nada o que entender. Isso é uma coisa sem explicação. Eu estou esse tempo todo tentando entender e nunca entendi, então desisti. A única coisa a se fazer agora, sou eu quem tem que fazer, mesmo não sabendo como. Mas pode ficar despreocupado, eu vou conseguir... Um dia. - Desabafei tudo que estava dentro de mim há algum tempo.
- O que tem que ser feito? - O vi olhando pra mim novamente.
- Te esquecer - Falei, olhando no fundo dos seus olhos, e podia jurar que tinha visto o seu olhar se entristecer.
- Mas... Mas aí... Eu vou te perder? - Ele falou e seus olhos me passaram suplica. Eu entendi o que ele quis dizer, não foi me perder como mulher e sim como amiga, aquelas palavras dele me deixaram um pouco mais alegre, mas ao mesmo tempo, triste. - Esse tempo sem falar com você me fez muito mal, Lua. Eu não quero nunca mais passar por isso e se você me esquecer dessa forma, vai me esquecer pra sempre. Por favor Luinha, eu não quero te perder - Ele falou e eu vi seus olhos enxerem de água, os meus, ao mesmo tempo, também encheram.
- Eu até posso tentar te esquecer, mas eu nunca vou realmente conseguir. Você... Nunca vai me perder - Falei sinceramente, vendo uma lagrima teimosa descer pelo meu rosto. Eu o vi chegando mais perto e limpando-a e então ele me abraçou, forte. Eu o abracei de volta, da mesma forma, eu precisava muito daquilo.
- Eu te amo Luinha, eu nunca vou te deixar, mesmo com tudo que aconteceu e tudo que possa acontecer ainda. Você vai ser pra sempre minha melhor amiga. - Ao mesmo tempo em que aquelas palavras aqueceram meu coração e me deixaram bem mais contente, teve duas que me feriram, eu queria ser a melhor amiga dele pra sempre sim, claro que sim, mas também queria ser mais do que isso.
- Eu também te amo Arthur, muito. - Falei só isso e então nos separamos do abraço, ele me olhava com ternura e algumas lagrimas ainda escorriam do meu rosto. Eu o olhava e ele chegava mais perto, eu não me movia, nenhum milímetro, então ele limpou as minhas lágrimas e continuou chegando mais perto, até nossas respirações se misturarem, ele abriu um sorriso tímido e eu continuei imóvel, então ele me beijou. Sim, ele me beijou! Acho que por alguns segundos eu achei que estava sonhando, mas quando ele passou sua língua quente pela minha boca, pedindo permissão para avançar, me situei e vi que era tudo real, então abri minha boca como resposta e nos beijamos lentamente. Senti suas mãos na minha cintura e logo depois começarem a subir pelas minhas costas, minhas mãos, que estavam em sua nuca, tinham subido para seus cabelos e agora o beijo ficava mais rápido. Arthur não conseguia escolher onde colocava suas mãos, o senti descer o zíper do meu vestido devagar, com um pouco de receio, então intensifiquei mais o beijo, como resposta. Alguns minutos depois, meu vestido e o terno de Arthur não nos atrapalhavam mais, ele beijava meu pescoço e me fez deitar, indo mais pra cima de mim. Ele não parava de me beijar, e eu estava aproveitando aquele momento como se fosse o último da minha vida. Eu havia esperado muito tempo por aquilo. Senti Arthur desabotoar meu sutiã, então passei o dedo na barra da sua boxers preta e em dois segundos meu sutiã, calcinha e sua boxers preta estavam no chão do quarto. Naquele momento, eu não tinha mais medo de estragar nossa amizade, eu só precisava dele em mim. Então senti suas investidas em mim. Tudo que aconteceu naquela noite fez que ela fosse a melhor da minha vida.
I miss you...
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