Capitulo 7

- Arthur? – Falei assustada, Mel não se decidia se olhava pra mim ou pra ele, já eu não sabia o que fazer e fiquei imóvel.
- Por que você nunca me contou, Lua? – Disse ele quase num sussurro, Mel olhava pra mim pra ver se eu conseguiria falar algo, mas nenhuma palavra conseguia sair da minha boca.
- Desde onde você escutou, Arthur? – Mel tomou a iniciativa de falar.
- Desde quando ela falou que não queria me amar o quanto ela me ama – Falou ele olhando pra Mel e logo depois voltando seu olhar pra mim, eu percebia o espanto que tinha em seus olhos, então as lagrimas acumuladas em meu olho começaram a cair insistentemente, sem pedir permissão.
- Olha Arthur, ela nunca te contou porque... – Mel começou a falar, mas foi interrompida por ele.
- Desculpa Mel, mas eu quero que ela fale, isso é assunto nosso – Ele falou olhando fixamente pra mim e como uma indireta para Mel sair do quarto, eu não queria que ela saísse, mas parece que ela havia entendido e saiu. Ele continuava olhando pra mim pra ver se eu falava algo, mas eu não conseguia nem abrir a boca.
- Eu... Só vim te chamar pro lanche – Disse ele, logo depois saiu e fechou a porta. Foi naquele momento em que percebi que tinha acabado de perder a pessoa que eu mais amava, então eu abracei minhas pernas, sentada na cama e chorei, muito. Não sei quanto tempo fiquei ali chorando, mas eu não tinha mais vontade de nada, então adormeci assim.
Amanheceu em Londres, a luz entrava forte pelas janelas do meu quarto. Londres não era uma cidade que ficava clara freqüentemente como estava. Mas nesse dia, tinha que estar só pra me acordar e me fazer recordar tudo o que aconteceu no dia anterior me deixando pior do que já estava. Então reparei que eu dormia totalmente torta na cama, me levantei e fui fazer minha higiene matinal, então resolvi tomar um banho pra ver se aquilo tudo que eu estava sentindo ia embora junto com a água. Prendi meu cabelo e abri o registro do chuveiro, deixei que a água caísse em minhas costas e quando dei por mim, lá estava eu, chorando novamente. Desliguei o chuveiro e enxuguei minhas lagrimas, me sequei, coloquei qualquer roupa que eu vi e deitei de novo na cama, não queria descer, não queria ver o Arthur, não queria encará-lo, não quero conhecer a reação dele. Aquela que eu sempre tive medo. Tentei dormir novamente, mas não conseguia parar de pensar em Arthur. E meu estomago em comida, olhei no relógio. 9h30. Todo mundo devia estar lá em baixo, inclusive ele, eu não queria descer, mas minha fome tava falando mais alto que minha covardia naquele momento. Levantei-me da cama e abri a porta do meu quarto, parando logo depois de andar, pra dar um longo suspiro e tentar tomar coragem pra continuar. Então não me permiti pensar muito, em algum momento eu teria que encará-lo. Desci depressa as escadas e ouvi alguns barulhos vindos cozinha, algumas risadas e então continuei, quando cheguei à cozinha, vi que todos olharam pra mim, menos Arthur, todos com a mesma cara, uma mistura de dó com espanto. Os meninos estavam com a cara mais de espanto do que de dó, mas ainda tinha uma parte que revelava isso neles.
- Bom dia – Falei baixo e não olhava pra nenhum deles. Vi que tinha waffles em cima da mesa. Peguei dois, coloquei em um prato, peguei suco de laranja e coloquei em um copo. Percebi que eles ainda não tiravam o olhar de mim, e Arthur ainda estava totalmente concentrado em seu café da manhã. Aquilo estava me matando. E me deixando com muita raiva também, por que me olhavam como se eu fosse uma estranha? O que eu havia feito pra eles? Custava disfarçar por um tempo? Eles sabiam que eu ainda estava ferida.
- Achei que vocês fossem pelo menos disfarçar – Falei rude, peguei meu café da manhã e subi pro meu quarto. Estava com raiva deles, achei que pelo menos com algum deles eu iria poder contar de verdade pra poder passar por tudo isso. Mas acho que eu estava realmente enganada né? Entrei em meu quarto, bati a porta, liguei a televisão e fiquei beliscando os waffles e então ouvi alguém bater na porta, não respondi com esperança que a pessoa fosse embora. Então ouvi outra batida na porta. Bufei e falei com indiferença.
- Entra.
- Hey! – Disse Rodrigo entrando no quarto e fechando a porta atrás de si.
- Oi – Continuei beliscando os waffles, então vi Rodrigo se sentar na cama, mas não olhei diretamente pra ele, ainda estava com raiva.
- Olha Luinha, vim pedir desculpa por todo mundo lá embaixo. Eu não sabia como reagir e nenhum deles também. – Rodrigo falou.
- Tudo bem Rodrigo, não precisa pedir desculpa. – Falei, ainda olhando pra baixo.
- Sabe, o Arthur não quer falar sobre o que aconteceu, eu já tentei e tudo, mas eu acho que você deve... – Ele já ia começar com os discursos que eu já cansei de ouvir das meninas.
- Olha Rodrigo, não querendo ser grossa, mas eu já ouvi tudo isso que você vai falar e o que eu menos preciso agora são de conselhos ok? Já aconteceu o que eu temia, eu o perdi pra sempre e já era. Eu não posso mais fazer nada. – Desabafei.
- Luinha, você não perdeu ele. Eu acho que ele só deve estar confuso, eu vou esperar ele se acalmar pra poder falar com ele ok? – Falou Rodrigo, pausadamente, como se falasse para uma criança, o que me fez bufar e revirar os olhos.
- Rodrigo, eu não preciso que você fale com ele, alias, não tem nem o que falar – Falei, ainda beliscando os waffles.
- Luinha, eu preciso saber o que ele está sentindo e se ele está realmente com raiva de você. Afinal, eu sou um dos melhores amigos dele – Falou ele e eu finalmente olhei em seus olhos.
- Tá bem, mas eu não quero saber se ele estiver com raiva de mim, ok? – Falei.
- Ok. – Concordou Rodrigo – mas quero saber se você tá bem de verdade, porque sua aparência me diz que não – Falou Rodrigo, fazendo uma careta.
- Então minha aparência tem razão – Falei cabisbaixa – Mas peraí, você me chamou de feia, senhor Judd? – Continuei, fingindo estar brava e fazendo Rodrigo rir e tentar se explicar ao mesmo tempo.
- Não é isso Luinha – Falou ele entre risos – É que você se preocupa tanto com a sua aparência, pelo menos sem o olho bem marcado de preto você não sai do quarto – Continuou ele – Porque isso soou tão gay? – Falou Rodrigo pensativo e me fazendo rir alto.
- Porque você é gay Rodrigo! – Falei ainda rindo. – E olha, eu não sai do quarto ainda, não de verdade, pense direito senhor Judd. – Falei, fazendo-o perceber a burrada que falou e rindo junto comigo.
- Verdade – Falou ele ainda rindo – Sabe, só de ver você rir fico feliz viu, pequena? – Disse ele me abraçando, mas aquele apelido me casou um forte impacto quando lembrei quem me chamava assim, fingi um sorriso pra Rodrigo, o que eu menos queria agora era falar sobre meus sentimentos e sobre Arthur, só de pensar nele, eu sentia um vazio dentro de mim.
- Agora eu vou descer, antes que a Amandinha venha aqui perguntar o que nós estamos conversando e porque eu ainda não fui arrumar pra ir olhar nossa quase-nova casa – Falou ele me soltando do abraço e me fazendo rir de leve.
- Boa sorte - Falei, dando a entender que qualquer coisa com a Amandinha era compliacada.
- Vou precisar, obrigado - Ele disse, rindo de leve e saindo do quarto. Fiquei sentada na minha cama, ainda besliscando meu café da manhã e tentando não pensar no ocorrido.
mais pf
ResponderExcluirmais pf estou amando os capitulos
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