sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Consequences of love


Capitulo 9
Atores de  "Rebeldes" se beijam (Foto: Marcello Sá Barreto - Photo Rio News)

Os raios de sol invadiam meu quarto e começavam a me incomodar, então comecei a abrir meus olhos lentamente, ainda sonolenta. Senti uma respiração batendo em mim e só então me liguei em tudo o que tinha acontecido na noite passada. Fiquei um tempo fitando o nada e tentando absorver tudo o que aconteceu. Eu me sentia feliz, muito feliz. Como nunca tinha me sentido antes. Virei para o lado e então encontrei Arthur dormindo feito um anjo, sorri involuntariamente e continuei o encarando. Eu não sabia o que eu iria fazer quando ele acordasse, mas não tinha a mínima vontade de parar de olhá-lo. Então o vi se remexer e logo depois abrir os olhos devagar, eu não estava em sã consciência, pois se estivesse sairia correndo dali, mas aquela imagem não me deixava. Ele olhou para mim e eu devia tá com a maior cara de idiota e ele devia estar me achando uma retardada, mas ele sorriu e eu sorri de volta, involuntariamente.
- Bom dia – Falou ele, me puxando pra mais perto dele e me dando um selinho.
- Bom dia – Respondi sorrindo, um clima tenso se instalaria em 3, 2...
- Dormiu bem? – Ele me perguntou docemente
- Sim e você? – Falei, ficando meio boba por ele ter perguntado em forma de preocupação.
- Como um bebê – Falou ele sorrindo e então caímos na risada. – Então, o que acha da gente ir tomar café na Starbucks? Porque eu tenho certeza que você não vai querer fazer café pra gente, não é? – Falou ele dando uma risadinha no final
- Nossa, que bom que você me conhece bem, Aguiar. – Falei fingindo indignação e então caímos na risada novamente.
- Ok, 
amor, vou trocar de roupa, faça o mesmo e não demore, te espero lá embaixo – Ele disse já levantando. Aquele apelidinho carinhoso me fez ficar estática, ele sempre me chamou com apelidinhos carinhosos, mas era diferente, daquela vez era diferente, depois da noite de ontem tudo seria diferente entre nós dois... Eu podia sentir isso. Eu então concordei com a cabeça e me levantei, fiz minha higiene matinal, coloquei um short, uma camiseta preta com uns desenhos abstratos em prata e calcei a primeira coisa que vi na minha frente, que era um all star roxo, não estava nem um pouco animada de procurar alguma roupa. Olhei pro meu quarto – que estava a maior bagunça, diga-se se passagem – e percebi que nele ficariam algumas lembranças que nunca iam ser esquecidas. Peguei meu celular e saí do quarto, desci as escadas e Arthur já me esperava lá.
- Nem demorei, viu? – Falei, fazendo uma cara de oi-eu-sou-esperta.
- Verdade – Falou ele soltando uma risadinha.
- Arthur – chamei-o com um pouco de manha.
- Oi, amor? – Ele respondeu fofo e me puxando pela mão pra mais perto dele, no segundo depois ele estava me abraçando pela cintura e olhando penetrante pra dentro dos meus olhos e por um instante eu me perdi no que ia falar.
- Como você é um cavalheiro vai pagar a Starbucks pra mim, não é? – Falei sorrindo marotamente e o fazendo rir alto.
- Fazer essa manha toda é maldade, hein? – Falou ele ainda rindo – Mas eu pago, fazer o que? – Falou ele com uma cara de você-me-venceu e me fazendo rir.
- Isso mesmo, menino bonzinho – Falei rindo e o fazendo rir junto, recebendo um selinho dele e tendo todas aquelas sensações estranhas que só ele consegue me fazer ter.
- Então vamos? – Arthur me perguntou sorrindo.
- Sim, senhor – respondi, saindo do abraço em que estávamos. Logo depois, Arthur pegou a minha mão e entrelaçou nossos dedos, aquilo me deixou um pouco surpresa, mas eu ainda estava tentando continuar com os pés no chão. Foi só uma noite, não foi? Então fomos pra Starbucks, conversando animadamente no caminho, comemos e depois fomos passear um pouco no parque, estávamos conversando quando um velhinho se aproximou.
- Belo casal que vocês formam – Ele nos falou, lancei um sorrisinho meio sem graça e aposto que Arthur fez o mesmo, eu não o olhava.
- Devem namorar há muito tempo, não é? E devem casar logo, parece que temos um caso de amor muito bonito aqui, não perca essa mulher, rapaz – Disse o velhinho colocando a mão no ombro do Arthur, aquilo me fez corar imediatamente.
- Hm, er... Nós não namoramos, nem somos casados. Ela é 
 minha melhor amiga – Falou Arthur. Preciso dizer o quanto aquelas palavras doeram em mim? Apenas fiquei calada e ouvi meu celular tocar. O celular me salvou. Atendi rápido e saí de perto.
- Alô? – Eu atendi sem nem ao menos olhar quem era.
- Oi, amiga! – Sophia falou e logo reconheci a sua voz.
- Oi, meu amor, como está na lua de mel? – Falei sorrindo, sentia falta da minha amiga o tempo todo comigo.
- Tá maravilhoso, amiga! Tô muito feliz com tudo. E você, como está? – Ela perguntou, com um tom de preocupação.
- Estou bem também, com muitas saudades de vocês todos, mas bem. – Falei.
- Ah, também tô morrendo de saudade. E você e o Arthur? – Ela foi mais direta dessa vez.
- Hm, aconteceu umas coisas entre a gente, mas eu te conto tudo quando você voltar, ok? – Falei, já esperando ela me xingar.
- COMO ASSIM, Lua? Me conte tudo agora, eu não vou ficar uma semana curiosa, pode ir falando. – Ela disse em um tom autoritário, mas brincalhão.
- Calminha, Senhora Micael – falei, ouvindo-a rir – Estou no meio da rua, ele tá perto, não tem como te contar com detalhes. Vou resumir pra você não ficar louca. Nós conversamos e essa conversa resultou em beijos e outras coisas na minha cama que o horário não me permite falar. Agora estamos no parque e um velhinho falou pra ele que não pode me perder, que temos que casar logo e ele falou que eu sou só a melhor amiga dele. Pronto. – Falei, esperando o ataque.
- O QUÊ? Peraí. Me explica isso direito, vocês transaram? – Sophia falou um pouco alto demais.
- Shhhhhhh, não quero que o Micael escute – Falei rapidamente.
- Ele tá longe, amiga, não tá ouvindo. Aliás, ele tá vindo pra cá agora, daqui a duas semanas eu chego e você vai ter que me contar tudo, com detalhes. Se possível encenar tudo o que aconteceu, ok? – Ela disse.
- Ok, Sop, não exagera, mas eu conto tudo, tá? Te amo, boa viagem. – Falei.
- Também te amo e muito obrigada – Falou e então desligamos. Arthur estava sentado em um banco, então fui pra perto dele.
- Era a Sophia, disse que está com saudade – Falei.
- Também estou com saudade daqueles quatro – Ele falou, dando um sorriso de canto, como se estivesse relembrando deles.
- Hm, vamos pra casa? – perguntei.
- Vamos. – Ele disse levantando. Fomos pra casa um ao lado do outro em um clima meio estranho. Pelo menos pra mim, ele não havia percebido o clima em que eu estava. Ficamos calados durante todo o percurso e parecia que nunca iríamos chegar em casa, mas depois de algum tempo nós chegamos. O clima ficou como estava, fui para o meu quarto e me joguei na cama, então me lembrei da existência do nosso pub. Havia tempos que nós tínhamos deixado tudo nas mãos do Aaron, ele devia estar cheio de trabalho por lá, então decidi que ia passar por lá, pra ajudá-lo. Levantei-me, tomei um banho rápido, coloquei uma 
roupa e fui até o pub. Ajudei Aaron com algumas coisas, almocei por lá mesmo e fui pra casa. Cheguei em casa já era 20h, subi as escadas e encontrei um Arthur bastante cheiroso e arrumado.
- Oi – Disse ele sorridente e eu sorri de volta involuntariamente. Era praticamente impossível não sorrir com o sorriso dele. Pelo menos no meu mundo era assim.
- Oi – Respondi, ainda sorrindo.
- Eu vou sair, não sei que horas volto – Ele disse passando a mão pelos cabelos, como um sinal de nervosismo e eu sabia bem pra onde ele ia e o que ele ia fazer lá, isso me deixou bastante triste, mas resolvi não falar nada.
- Ok – Tentei sorrir fraco, já que o sorriso que eu sustentava no rosto havia desaparecido.
- Então, tchau – Ele disse e saiu correndo pelas escadas. Subi falando pra mim mesma que não ia me abalar, que eu era forte e que conseguia. Aposto que ele está fazendo tudo isso por causa do que aquele senhor falou no parque. Mas independente disso, eu tinha que manter meus pés no chão. Eu não estava namorando ele, foi apenas uma noite. Eu fui apenas mais uma que ele conseguiu levar pra cama. Aquele pensamento fez meus olhos lacrimejarem, mas eu não ia chorar. Eu sabia que eu era só mais uma pra ele, mas meu coração me dizia que havia algo diferente. Entrei no meu quarto e fui arrumar as coisas que estavam bagunçadas, como eu sempre fazia quando estava chateada. Eu tinha que me ocupar. Depois que arrumei tudo que estava fora do lugar, fui ler um pouco. Eu sempre gostei muito de ler, então nunca ficava sem um livro. Devo ter ficado muitas horas lendo “Indomada” da série The House Of Night, porque já estava cansada de tudo em que a Zoey* se metia. Fechei o livro e senti meu estômago roncar, então desci as escadas e fui para a cozinha. Sentia falta da Sop me chamando para jantar aquela comida deliciosa com eles todos juntos. Desviei meus pensamentos pra não ficar triste e fui procurar algo pra me alimentar. Optei por um hambúrguer daqueles que coloca no microondas por um minuto e ele fica pronto. Coloquei-o no microondas e coloquei Coca-cola no copo pra mim, meu vício. Resolvi olhar o horário, 2h47 da manhã. Isso me assustou, desde quando passo tanto tempo lendo? Ouvi o apito do microondas, tirei meu hambúrguer de lá e ouvi meu estômago roncar outra vez quando senti o maravilhoso cheiro do hambúrguer, peguei meu copo de coca-cola e fui para o meu quarto, liguei a televisão e saboreei cada pedaço vagarosamente, estava realmente delicioso. Depois que acabei, fiquei vendo televisão, já que não estava com sono. Passava Friends e, na minha opinião, é uma das melhores séries que existe. Depois de algum tempo, ouvi barulhos na porta, Arthur devia estar chegando. Tentei não pensar nele e continuar prestando atenção na série, mas ouvi a sua risada. Com certeza estava bêbado, bufei e continuei prestando atenção na série e então ouvi uma risada feminina, ouvi pessoas subindo a escada e então levantei, abri só uma greta da porta do meu quarto, mas foi o suficiente para ver Arthur beijando uma mulher, com as mãos por dentro do vestido dela e ela com os dedos entrelaçados em seus cabelos, entrando para o quarto dele. Fechei a porta rapidamente e percebi que lágrimas teimosas escorriam pelo meu rosto. Eu não podia chorar, eu não tinha esse direito e ele não merecia! Eu havia prometido pra mim mesma que não ia chorar, que não iria ficar mal, mas era praticamente impossível. Ele passou dos limites dessa vez, trazer uma mulher pra casa enquanto morávamos todos juntos era uma coisa, agora, depois de descobrir que eu o amo e depois que todos, menos nós dois, saíram daquela casa, era uma outra totalmente diferente. Eu me sentia um lixo. Eu ainda tinha a esperança que não havia sido apenas mais uma que foi pra cama com ele, mas fui. Lágrimas não paravam de descer e eu nem tentava mais controlá-las. Ele estava no quarto ao lado com uma mulher, ele não fazia idéia de quanto isso me machucava, de como estava me matando cada vez mais. De qualquer forma, eu não tinha o mínimo direito de estar assim, ele não é nada meu, apenas meu melhor amigo, independente do sentimento que eu tenho por ele. Eu tinha que me acostumar com isso, mas a dor é praticamente insuportável de aguentar, ainda mais calada, fingindo que sou forte. Não posso fingir que sou forte, não sendo. Posso aguentar qualquer coisa, mas esse é meu ponto fraco, é o que me destrói. Limpei minhas lágrimas e lutei para que outras não descessem, levantei-me do chão, eu tinha escorregado pela porta e nem me dei conta disso, apaguei a luz e a televisão, mas me arrependi logo depois, quando ouvi alguns gemidos vindo do quarto ao lado, liguei novamente a televisão e aumentei o volume, deitei-me e tentei não pensar em nada, o que não deu muito resultado, já que no momento seguinte lágrimas escorriam pelos meus olhos. Depois de uns momentos assim, adormeci.

* Zoey é a personagem principal da série The House Of Night.


Um comentário:

  1. Já!! Lua sofre demais!!! ela tem que achar um bom menino que la faz rir um pouco por favor ...

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