Capítulo 5 - Melhor parar de sonhar com a vida calma Porque nunca a viveremos [...] Pare de se desculpar por coisas que nunca fez, porque o tempo é curto e a vida é cruel. – McFly (A Town Called Malice).

Eu e Aguiar, não trocamos olhares, muito menos mantemos contato físico um com o outro, mas toda noite eu sentia seus lábios selados nos meus, eu fingia que ainda dormia esperava ele ir até o sofá e abria os olhos, e sorria abobalhadamente. Mica não apareceu uma vez no hospital, devia estar muito ocupado com outras garotas.
O que mais me feriu, foi ter sonhado meus pais, verdadeiros, abraçados chorando na porta com um ferimento grave no peito, eu senti como se eles tivessem perto, eu senti o cheiro do perfume de minha mãe, ouvi a voz grave e rouca do meu pai, e ouvi o choro do meu irmão pequeno. Todos estavam abraçados chorando e meu irmão de 9 no chão chorando fortemente, e eu não conseguia me levantar ao menos.
Tive a incrível impressão que depois deste sonho alguém beijou minha testa e disse: “você vai ser feliz, minha filha.” Aquela frase permaneceu em minha mente e permanece ainda.
- Luinha, acorda. Você vai embora deste hospital hoje – disse Rodrigo sorrindo
- O que você ta fazendo aqui Rodrigo? – Disse eu assustada
- AAAAAAAH, é que eu sou seu amigo né?! – Disse ele
- Claro – disse eu sorrindo. Rodrigo meu amigo, quem diria... Quem diria que ele viria me visitar.
- E eu resolvi te visitar porque, porque eu quero ir lá na sua casa. – disse ele.
- Pode ir sim, amore. – Disse eu. Rodrigo parecia meu irmão mais novo, sempre carinhoso e brincalhão comigo. Ele é mais novo que eu 3 anos. Mas, às vezes parecia ser meu irmão mais velho, ficamos juntos no orfanato até ele ser adotado primeiro, ele tinha 12 anos quando foi adotado.
- “Rodrigo, compareça a sala de adoção.”
- “Tchau, maninha.” – Disse ele me abraçando.
- “Tchau maninho” – Disse eu chorando e o abraçando.
- “Rodrigo, compareça a sala de adoção agora.”
- “Adeus, Luinha. Agente se vê um dia de novo.”
- “Até esse dia”
Por incrível que pareça, ele era amigo de Chay, e nós nos encontramos, ficamos conversando por horas no dia, e só às vezes ele aparece para me ver, ou me perturbar. É difícil vê-lo ele lembra muito meu irmão, dá sempre vontade de chorar quando eu o vejo. Ele não sabe do que eu fiz só meus pais e Marrie.
- Vamos Luinha? – Dizia ele alegre.
- Vamos. – Disse eu sorrindo.
Chegamos em casa, eu e Rodrigo ficamos comendo pipoca e vendo Todo mundo em pânico 4, quando acabou o filme ficamos conversando bastante tempo, até chegarmos em um assunto que eu não gostei muito.
- Luinha, me falaram que eu tenho uma irmã. – disse ele alegre
- Sério? Que bom! – disse eu
- Nem tão bom assim, disseram que ela matou meus pais, quando tinha uns 12 ou 13 anos. – Disse ele cabisbaixo, engoli a seco. – Mas, sabe eu tenho pena dela, foi um cara que dizia ser namorado dela que a influenciou, depois ele ainda a bateu, e quase a mata, se a policia não chega. Só eu e ela sobrevivemos, a velha lá do orfanato disse que ela estava no mesmo orfanato que eu, mas eu não me lembro dela. – disse ele sorrindo fraco.
- Rodrigo? Eu... Promete não ficar me chamando de monstro e outras coisas. – Disse eu preocupada e querendo dizer para ele o que aconteceu. Pois, ele era meu irmão mais novo, e eu não havia percebido. Como posso não ter percebido? Acho que foi porque eu fiquei um ano em sala de tratamento lá do orfanato e até meus 15 anos eu não me lembrava de nada.
- Fala mana, eu prometo. – Disse ele com uma expressão preocupada.
- Eu quando tinha 12 anos matei meus pais, meu irmão ficou vivo, meu namorado me bateu por eu ter deixado ele vivo, ele correu, mas a policia chegou na hora certa e o prendeu, e eu fui para uma sala de tratamento do orfanato, pois havia ficado traumatizada com tudo. E só lembro que meu irmão ficou na sala chorando amargamente, pois ele havia visto tudo. Ficamos separados por um ano, pois eu estava em uma sala especial do orfanato, depois nos encontramos, mas nenhum de nós lembrava de nada... – disse eu e parei um pouco para respirar, pois não agüentaria dizer tudo de uma vez aquilo estava me pesando e cada vez eu me culpava mais.
- Luinha você... – Ele ia dizer algo, mas eu o interrompi.
- Espera, deixa-me terminar. Bom, depois quando ele tinha 12 anos o adotaram e nos encontramos quando eu tinha 16 anos, ele era amigo do meu “irmão”, mas eu não percebi que esse garoto era meu irmão, só fui perceber agora, com os meus 17 anos.
- CARALHO LUINHA, TU É MINHA IRMÃ!!!!!!! – gritou ele me abraçando e eu chorei lágrimas gélidas, mas com sentimentos. – Hey mana, não chora. Você não é monstro, você não é culpada. Pode até ser, mas não é. – disse ele sorrindo e eu bati nele quando ele disse “pode até ser, mas não é”. – ISSO DÓI! – Gritou ele.
- Dói nada, seu porre. TE AMO RODRIGO! - Disse eu. Eu só ouvi alguma coisa caindo no chão e alguém batendo na porta forte. (n/a:ouça para o próximo capítulo)
- Luinha, era o Thur. Corre e vai lá. – disse ele me largando. Eu corri, e só via ele se afastando.
- THUR, THUR AGUIAR, POR FAVOR THUR.ARTHUR – Eu gritava com algumas forças que restavam ainda em mim. Eu parei de correr, pois minha respiração estava fraca. – THUR. – Ele virou, eu sorri e caí.
posta maaaaiissss é lindo!!!!!
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