sexta-feira, 11 de maio de 2012

"A garota da porta vermelha "

Capítulo Doze: “Você tem a chance de escolher entre o amor e a decepção, e aí?”.
                                                       


- Luinha? – ANA coloca a cabeça para dentro do quarto da amiga, e encontra uma completa escuridão. – Lua? Amiga?
- Hum – Lua faz um barulho com a boca em sinal de resposta, saindo abafado devido ao travesseiro que estava encima da cabeça da menina.
- Florzinha, você não quer dar uma volta com a gente? Ainda ta cedo, e acho que já, já começa a nevar – ANA dizia ao se sentar na beira da cama de Lua.
- Eu to com sono – a garota responde com manha. – E amanhã tem aula.
- E quem liga? Desde quando a gente se importa com a escola? – ANA diz rindo, e fazendo Lua esconder um sorriso – Ah Luinha, vem! É quase Natal, as ruas estão todas iluminadas, tão lindo! Vamos?
- Hum... Ok. Só porque é o meu primeiro Natal aqui e eu to doida pra tirar algumas fotos – Lua responde com os olhinhos brilhando de expectativa.
- Então levanta, se agasalha enquanto a Catherine come alguma coisa, e a gente te espera lá embaixo, ok? – disse ANA saindo do quarto, mas em seguida volta – ah! Luinha, meu irmão pediu pra te avisar que tem uma coisa pra você lá no quarto dele, ta?
- Que? Ahn, pra mim? Certeza?
- Ele disse ué?!
- Ah ta, brigada branquela.
- Por nada bruxinha – ANA brinca e desce as escadas.

Lua se arrumou rápido, pois estava morrendo de curiosidade. Ela optou por uma calça jeans escura, blusa preta de mangas compridas, as botas rasteiras da mesma cor, um casaco verde escuro, e as luvas de um tom verde claro; prendeu o cabelo num rabo-de-cavalo alto e firme, e colocou o protetor de orelhas também preto. Estava simples e encantadora.
- O que será que o Aguiar ta aprontando? – a garota falava sozinha, em português, indo em direção ao quarto de Arthur. – Aposto que é alguma piadinha, aposto!
Ao chegar ao quarto de Arthur, Lua se permitiu parar e analisar o lugar: tudo tinha a cara dele! Os pôsteres, os objetos de ‘decoração’, as cores, os milhares de CD’s, e principalmente a bagunça! Ele chegara a poucas horas e já tinha conseguido desarrumar tudo! E então os olhos da menina se prenderam a uma caixa preta com um laço roxo, perto das malas quase desfeitas de Arthur.
Quando a menina chegou mais perto, ela percebeu que a caixa era maior do que ela pensava. – Não pode ser um jacaré de pelúcia... ou pode? – ela pensava alto, e ao olhar bem para o pacote, viu que tinha furinhos na caixa – Epa! Furinhos? Ai meu Deus, eu to até com medo de ver o que tem ai dentro – Lua fazia ceninha pra si mesma, então resolveu pegar a caixa de uma vez, quando abriu, seu queixo foi abaixo. – UMA TARTARUGA! Eu não acredito! Cara, que linda! Eu... coisa mais fofa – a garota ficou chocada e encantada com o pequeno animalzinho que estava na caixa; e tartaruguinha era de tons de marrom e verde escuro, e estava em uma gaiola branca e vermelha. – Combina com o meu quarto! Cara, eu tenho que admitir que o Aguiar acertou no presente. Eu tô encantada com esse bebezinho lindo. Minha tartaruguinha fofa. Ela precisa de um nome – Lua acaricia a cabecinha do animal, toda sorridente [Lua, não a tartaruga], só então reparando em um envelope preso ao outro lado da gaiola. Ela pegou e ao abrir viu a letra estranha de Arthur, escrita como se ele estivesse em uma posição ruim para escrever.

‘Blanco, como eu odeio ficar em dívida com alguém [ainda mais se esse alguém for tão implicante como uma certa pessoa que eu conheço], comprei essa tartaruga pra você. Sabe, vocês têm muito em comum. Quer saber algumas dessas coisas? Ok, eu conto: as duas são lentas, não vão crescer mais, têm o casco duro [no seu caso, a cabeça] e são feias. Não, tô brincando. Coitada da tartaruga, é até bonitinha. Bom é isso, espero que não a mate de tanto falar na cabeça dela. E lembre-se que o bichinho precisa de cuidados [eu não confio na ANA quando assunto é cuidar de outro ser, eu realmente espero que você seja diferente]. Ah! O nome dela é Michelangela. Eu que escolhi, então não reclama... xxArthur’

- Michelangela? – Lua terminara de ler e achou graça no nome. – Que nome é esse? Até parece que a minha bonitinha vai ter esse nome estranho – ela dizia rindo, foi nesse momento que a garota percebeu algo escrito no fim da folha:

“A caixa verde também é sua. Eu sei que você iria reclamar que tinha um jacaré e não uma tartaruga. Procurei o mais parecido possível. Eu...”

E era isso. Ele não terminou a frase. Lua não entendeu nada pra variar. Caixa verde? Ela não tinha visto nada... opa! Estava envolta por uma camiseta toda amassada de Arthur, jogada na cama de qualquer jeito.
Dentro da caixa, havia um jacaré de pelúcia, que para ser sincera, era mais bonito que João Alfredo. Tinha cara de ser um brinquedo de uma menina de 5 anos [rica, diga-se de passagem]. Verdinho, olhos vermelhos, era peludinho e macio, muito macio; porém o mais fofo era o laço laranja amarrado no rabinho dele.
Lua, agora sim, estava chocada. Ele se redimiu por ter dado ser bicho de pelúcia favorito a uma camareira. E o pior, ela adorou o novo jacarezinho. Era tão fofo quanto seu finado João Alfredo.
- Bom, meu novo filhote – a menina conversava com a pelúcia. – Seu novo será... João Alfredo II? Hum, acho que não... Que tal, Luiz Otávio? Luiz Otávio Blanco. Isso! Perfeito. Agora preciso pensar em um nome pra tartaruga, porque Michelangela Blanco definitivamente não rola né?

- E aí? Vamos? – Lua chega correndo na cozinha, onde Catherine está guardando copos no armário e ANA comendo uma barra de cereais. – Eu tô doida pra tirar fotos.
- Por que você demorou tanto, hein mocinha? – ANA diz e mostra a boca cheia de cereais recém mastigados para Lua.
- Eca sua porca! Eu demorei porque estava guardando meus filhos – Luinha termina de falar e logo joga uma laranja em ANA, mas acaba acertando em Catherine.
- Ai Luinha! Agressiva! – Cath massageia o braço atingido. – Mas, que filhos?
- Minha tartaruga e meu jacarezinho novo! – Lua fala e seus olhinhos até brilham.
- Hm? – as amigas não entendem.
- Assim, sabe? Lembram o que o Aguiar fez com o João Alfredo né? – as meninas concordam. – Então, ele me deu outro jacaré. E de brinde, uma tartaruguinha... de verdade!
- Ah que lindo!
- Lindo e romântico – Cath cutuca Lua. – Hum, dando presentinhos pra dona Lua? Acho que nunca vi o Arthur fazer isso. O que acha, ANA?
- Que eu tenho pena da pobre tartaruga. O que ela fez pra merecer a Luinha como mãe?
- Nossa, morri de rir – Lua ironiza. – Vamos logo que tá ficando tarde, e mesmo que só tenhamos aula depois do almoço, eu conheço você e sei que vão enrolar.
- Ainda bem que é só amanhã. Porque depois, teremos quase 3 semanas em casa! - Cath diz toda empolgada – Eu adoro festas de fim de ano!

- Cara essa foto foi a melhor de todas! – ANA ria da cara de Lua. – Eu faço questão de colocá-la no MySpace.
- Vai sonhando sua vaca – Lua diz emburrada.
- Ah Luinha, foi engraçado – Cath a abraça e tenta fazê-la rir.
- Porque não foi você! – Lua ainda fazia bico.
As garotas estavam em um parquinho perto de casa, tirando as fotos. Então Lua tem a excelente idéia de ficar de pé em um dos balanços; o que ela não espera era que suas botas escorregassem, e ela caísse de bunda no chão, e pra ajudar, que ANA tirasse uma foto do exato momento em que atingiu o chão.
- Hey Luinha!
- Niiiick! – a garota sai correndo assim que avista o amigo do outro lado do parquinho, pulando nele, que a esperava de braços abertos.
- Tudo bem linda? – Nick era só sorrisos para ela. Enquanto ANA e Cath babavam por ele: calça jeans, tênis vermelho, camisa branca e um casaco preto, que realçava ainda mais os lindos olhos azuis de Nick.
- Tudo e você? – Lua sorria feito uma criança para o garoto.
- Melhor agora, vendo essas bochechas coradas – ele diz e toca de leve o rosto afogueado da menina.
- Ok, obrigada por me deixar sem jeito, seu mané – Lua diz rindo e dá um tapa no braço de Nick, fazendo-o rir e abraçá-la. – Você tá quentinho.
- Você é que taácongelando – e a abraça mais apertado. – Ah, e o que três moças lindas fazem à rua há essa hora sozinhas?
- Eu pergunto o mesmo ao senhor! – Lua levanta o rosto para olhá-lo melhor.
- Eu não sou uma garota, muito menos linda como vocês! – Nick ri alto.
- Mas se fosse, eu viraria um tarado e te agarraria – Lua ri da própria piada sem graça. – Então, eu queria tirar fotos nas ruas iluminadas de Londres...
- Mas daí ela caiu de bunda e ficou com raiva porque a gente tirou uma foto – Cath termina a historia, fazendo Nick rir e Lua esconder o rosto no peito dele.
- Eu realmente queria ter visto isso – Nick ria gostosamente e apertava Lua entre seus braços.
- Nicholas Hoult, isso não é engraçado – Lua tentava se fazer de brava.
- Te ver assim toda envergonhada, é engraçado sim, Lua Blanco – Nick diz segurando o rosto da garota em suas mãos.
- Cara, alguém já disse que vocês parecem um casal? – Cath fala enquanto finge um olhar apaixonado.
- Parecemos? – a idéia pareceu agradar Nick.
- Sim, parecem – ANA diz sorrindo por ver a alegria nos olhos de Nick.
- Ok chega! – Lua diz tímida. – Já tá realmente tarde. Acho melhor irmos né?
- É verdade. Querem que eu acompanhe vocês? – Nick solta Lua e olha para a três garotas.
- Uh, que cavalheiro. Vamos então.

Durante a curta caminhada até a casa dos Aguiar, as meninas tiraram fotos engraçadas e bem malucas pelas ruas londrinas. Porém as fotos mais bonitas, sem dúvidas, ficaram as de Lua com Nick; o jeito que ele a olhava era encantador.

- Estão entregues – Nick diz sorrindo ao chegarem na porta da casa. – Vejo vocês amanhã no colégio.
- Obrigada pela companhia – ANA sorri, dá um beijo no rosto dele e espera que Cath faça o mesmo.
- Nick? – Lua se pronuncia assim que as amigas saem de vista. – Sou só eu que acho inexplicável essa nossa amizade tão repentina? Porque cara, tá tudo indo tão rápido.
- Você acha isso ruim? – os olhos do garoto eram confusos. – Eu fiz alguma coisa que você não tenha gostado?
- Não! Não é nada disso! Eu só fico assustada com essa nossa proximidade tão natural. Você não acha no mínimo esquisito, nós nos sentirmos tão ‘íntimos’ em tão pouco tempo?
- Olha Luinha, é a primeira vez que isso acontece comigo. Eu gostei de você desde o momento em que o Profº Stuart disse “Hoult, a sua parceira de laboratório será a Srta. Blanco” – Nick imitou a voz rouca do professor de biologia, fazendo Lua rir – É sério! Quando se é ‘famoso’, sempre rola essa paranóia, nunca se sabe se a pessoa quer ser seu amigo ou da sua fama e dinheiro, sabe? Mas com você foi diferente, esse jeito maluquinho e despreocupado de ser é cativante entende? E não adianta fazer essa cara de descrença. Eu não tenho vergonha nenhuma em dizer que gosto de verdade de uma certa brasileirinha que conheço a mais ou menos um mês sabe?
- Nick, quer casar comigo? – Lua diz rindo ao abraçar o garoto.
- Opa, agora mesmo!
- Seu lindo! Eu gosto demais de você... muito muito muito mesmo! – a garota dá beijinhos no rosto de Nick entre cada palavra.
- Eu gosto mais, certeza – ele diz olhando nos olhos de Lua, fazendo-a corar. – Você é linda demais cara!
- Pára Nick! Tá me deixando sem jeito!
- Liiiiinda!
- Boa noite Hoult.
- Boa noite princesinha, até amanhã.
- Até, eu adoro você.
- E eu te amo – ele sorri de um jeito sedutor e beija Lua bem perto da boca, e vai embora.

Lua entra em casa com um sorriso enorme estampado no rosto. De repente, ela esbarra e uma bonita garota em frente ao seu quarto.
- Ah, oi! Você deve ser a Lua – a garota era bem branquinha, cabelos lisos na cor castanho claro, e olhos extremamente verdes. – Eu sou a Sallie, a...
- Minha namorada – Arthur surge do nada e termina a frase abraçando Sallie por trás.
- Erm, oi Sallie – Lua que ficou pálida, tenta responder normalmente. – Tudo bem?
- Tudo ótimo. Ah que bom finalmente conhecer você! – a tal da Sallie era simpática – A famosa garota do Brasil. Você é realmente linda.
- Hum, obrigada – Lua diz sem graça. – Você é muito bonita.
- Obrigada! Arthur, você errou na descrição que fez sobre ela – Sallie se vira nos braços de Arthur, que até então estava calado e observando as duas. – Ela não é tão baixinha, somos quase do mesmo tamanho.
- Hum, é. A minha perspectiva sobre a Blanco é diferente dos outros – Arthur diz olhando diretamente nos olhos de Sallie, como se Lua nem existisse.
- Erm, eu preciso ir dormir – Lua fala rápido. – Sallie foi um prazer, boa noite.
- O prazer é todo meu Lua, tenha um bom sono – a menina responde sorrindo.
- Tchau Aguiar.
- Tchau Blanco.

3 comentários:

  1. buaaa quero a lua e o arthurjuntos kkk brinks eu sei q no final eles vão ficar juntos....mais n dmora pra isso aconrecer ta bj posta mais pfpfpf eu e minhas 6 amigas amamos issa web

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  2. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah G-zuis eu tô tentdo um surto .. POR FAVOR posta maaais *-* !

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  3. Posta to tendo um infarte de curiosidadeeeeeeeeeeeee.

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